segunda-feira, 30 de junho de 2008

Léon Denis


Léon Denis (Foug, Tours, 1 de janeiro de 1846 - Tours, 12 de Março de 1927) foi um filósofo espírita e um dos principais continuadores do espiritismo após a morte de Allan Kardec, ao lado de Gabriel Delanne e Camille Flammarion. Fez conferências por toda a Europa em congressos internacionais espíritas e espiritualistas, defendendo ativamente a idéia da sobrevivência da alma e suas conseqüências no campo da ética nas relações humanas.


Resumo biográfico:


Já aos 18 anos trava contato com O Livro dos Espíritos, e torna-se convicto adepto do espiritismo.
Desempenha importante papel para a sua divulgação, enfrentando os acirrados inimigos daqueles tempos iniciais – o positivismo materialista, o ateísmo e a reação das religiões. Era ainda membro atuante da maçonaria.
Autodidata, dotado de rara inteligência, Denis produz escritos de grande percuciência e profundidade, revelando uma capacidade cognitiva incomum.
A partir de 1910 sua visão vai diminuindo. Mas isto não impediu que prosseguisse no trabalho de defesa da existência e sobrevivência da alma. Logo depois da I Guerra Mundial, aprende a linguagem em braile.
Sua grande produção na literatura espírita, bem como seu caráter afável e abnegado, valeram-lhe a alcunha de Apóstolo do Espiritismo.


Principais obras:


Dentre suas obras, destacam-se:
Cristianismo e Espiritismo (FEB)
Depois da Morte (FEB)
Espíritos e Médiuns (CELD)
Joana D'Arc, Médium (FEB)
No Invisível (FEB)
O Além e a Sobrevivência do Ser (FEB)
O Espiritismo e o Clero Católico (CELD)
O Espiritismo na Arte (Lachâtre)
O Gênio Céltico e o Mundo Invisível (CELD)
O Grande Enigma (FEB)
O Mundo Invisível e a Guerra (CELD)
O Porquê da Vida (FEB)
O Problema do Ser, do Destino e da Dor (FEB)
O Progresso (CELD)
Provas Experimentais da Sobrevivência
Socialismo e Espiritismo (O Clarim)



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Allan Kardec




Hippolyte Léon Denizard Rivail (Lyon, França, 3 de outubro de 1804Paris, 31 de março de 1869) foi um professor, pedagogo e escritor francês. Sob o pseudônimo de Allan Kardec, notabilizou-se como o codificador do Espiritismo, também denominado de Doutrina Espírita.




Pseudônimo


O pseudônimo "Allan Kardec", segundo biografias, foi adotado pelo Prof. Rivail a fim de diferenciar a Codificação Espírita dos seus trabalhos pedagógicos anteriores. Segundo algumas fontes, o pseudônimo foi escolhido pois um espírito revelou-lhe que haviam vivido juntos entre os druidas, na Gália, e que então o Codificador se chamava "Allan Kardec"




Biografia


Nascido numa antiga família de orientação católica com tradição na magistratura e na advocacia, desde cedo manifestou propensão para o estudo das ciências e da filosofia.
Fez os seus estudos na Escola de Pestalozzi, no Castelo de Zahringenem, em Yverdun, na Suíça (país protestante), tornando-se um dos seus mais distintos discípulos e ativo propagador de seu método, que tão grande influência teve na reforma do ensino na França e na Alemanha. Aos quatorze anos de idade já ensinava aos seus colegas menos adiantados.
Concluídos os seus estudos, o jovem Rivail retornou ao seu país natal. Profundo conhecedor da língua alemã, traduzia para este idioma diferentes obras de educação e de moral, com destaque para as obras de François Fénelon, pelas quais manifestava particular atração.
Era membro de diversas sociedades, entre as quais da Academia Real de Arras, que, em concurso promovido em 1831, premiou-lhe uma memória com o tema Qual o sistema de estudos mais de harmonia com as necessidades da época?
A 6 de fevereiro de 1832 desposou Amélie Gabrielle Boudet.
Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, criou um engenhoso método de ensinar a contar e um quadro mnemônico da História de França, visando facilitar ao estudante memorizar as datas dos acontecimentos de maior expressão e as descobertas de cada reinado do país.
Publicou diversas obras sobre Educação.




Das mesas girantes à Codificação


Conforme o seu próprio depoimento, publicado em Obras Póstumas, foi em 1854 que o Prof. Rivail ouviu falar pela primeira vez do fenômeno das "mesas girantes", bastante difundido à época, através do seu amigo Fortier, um magnetizador de longa data. Sem dar muita atenção ao relato naquele momento, atribuindo-o somente ao chamado magnetismo animal de que era estudioso, só em maio de 1855 sua curiosidade se voltou efetivamente para as mesas, quando começou a freqüentar reuniões em que tais fenômenos se produziam.
Convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesas deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os conhecimentos científico, filosófico e religioso, com o objetivo de lançar sobre o real um olhar que não negligenciasse nem o imperativo da investigação empírica na construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do Homem. Adotou, nessa tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido – Allan Kardec – nome esse, segundo o que teria lhe dito um espírito, que teria utilizado em uma encarnação anterior como Druida.
Tendo iniciado a publicação das obras da Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.




Os últimos anos


Kardec passou os anos finais da sua vida dedicado à divulgação do Espiritismo entre os diversos simpatizantes, e defendê-lo dos opositores.
Faleceu em Paris, a 31 de março de 1869, aos 64 anos (65 anos incompletos) de idade, em decorrência da ruptura de um aneurisma, quando trabalhava numa obra sobre as relações entre o Magnetismo e o Espiritismo, ao mesmo tempo em que se preparava para uma mudança de local de trabalho. Está sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre necrópole da capital francesa. Junto ao túmulo, erguido como os dólmens druídicos, lê-se numa placa verde sua célebre frase "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei", em francês.
Em seu sepultamento, o astrônomo francês e amigo pessoal de Kardec, Camille Flammarion, proferiu o seguinte discurso, ressaltando a sua admiração por aquele que ali baixava ao túmulo:
"Voltaste a esse mundo donde viemos e colhes o fruto de teus estudos terrestres. Aos nossos pés dorme o teu envoltório, extinguiu-se o teu cérebro, fecharam-se-te os olhos para não mais se abrirem, não mais ouvida será a tua palavra... Sabemos que todos havemos de mergulhar nesse mesmo último sono, de volver a essa mesma inércia, a esse mesmo pó. Mas, não é nesse envoltório que pomos a nossa glória e a nossa esperança. Tomba o corpo, a alma permanece e retorna ao Espaço. Encontrar-nos-emos num mundo melhor e no céu imenso onde usaremos das nossas mais preciosas faculdades, onde continuaremos os estudos para cujo desenvolvimento a Terra é teatro por demais acanhado. (...) Até à vista, meu caro Allan Kardec, até à vista!" (Discurso pronunciado junto ao túmulo de Allan Kardec por Camille Flammarion.)




Obra




Obras Didáticas




  • O professor Rivail escreveu diversos livros pedagógicos, dentre os quais destacam-se:
    1824 - Curso prático e teórico de Aritmética, segundo o método de Pestalozzi, para uso dos professores e mães de família
    1828 - Plano proposto para melhoramento da Instrução Pública
    1831 - Gramática Francesa Clássica
    1846 - Manual dos exames para os títulos de capacidade
    1846 - Soluções racionais das questões e problemas da Aritmética e da Geometria
    1848 - Catecismo gramatical da língua francesa
    1849 - Ditados normais dos exames da Municipalidade e da Sorbona
    1849 - Ditados especiais sobre as dificuldades ortográficas


Obras Espíritas





Fonte site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Página_principal



terça-feira, 24 de junho de 2008

Ermance Dufaux


Ermance De La Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau, França. Próxima a Paris, abrigava a residência oficial de Napoleão III e de outros nobres. O pai de Ermance, rico produtor de vinho e trigo, era um deles. Tradicional, a família Dufaux residia num castelo medieval, herança de seus antepassados. Em 1853, a filha dos Dufaux começou a apresentar inquietante desequilíbrio nervoso e a fazer premonições. Por causa desse problema, seu pai procurou o célebre médico Cléver De Maldigny.
Pelo relato do Sr. Dufaux, o médico disse que Ermance parecia estar sofrendo de um novo distúrbio nervoso, que havia feito diversas vítimas na América e que, agora, estava chegando à Europa. As vítimas da doença entravam numa espécie de transe histérico e começavam a receber hipotéticas mensagens do Além. O médico aconselhou o Sr. Dufaux a trazer Ermance a seu consultório, o mais rápido possível. Assim foi feito. Alguns dias depois, a mocinha comparecia à consulta. Maldigny colocou um lápis na mão da menina e pediu que ela escrevesse o que lhe fosse impulsionado. Ermance começou a rir, gracejando, mas, de súbito, seu braço tomou vida própria e começou a escrever sozinho. Ao ver-se dominada por uma força estranha, Ermance assustou-se, largou o lápis e não quis continuar a experiência.
Maldigny examinou o papel e confirmou seu diagnóstico. Os pais de Ermance ficaram extremamente preocupados. Como a família era famosa na corte, a notícia logo se espalhou em Paris e Fontainebleau, chegando aos ouvidos do Marquês de Mirvile, famoso estudioso do Magnetismo.
O Marquês visitou o castelo dos Dufaux e pediu para examinar Ermance. Os pais aquiesceram, mas a mocinha teve que ser convencida. Por fim, Ermance colocou-se em posição de escrever e Mirvile perguntou ao invisível:- Está presente o Espírito em que penso? Em caso positivo, queira escrever seu nome por intermédio da garota. A mão de Ermance começou a se mover e escreveu: - Não, mas um de seus parentes remotos. - Pode escrever seu nome?- Prefiro que meu nome venha diretamente à sua cabeça. Pense um instante.- São Luís, rei de França (1), primo do primeiro nobre de minha família?- Sim, eu mesmo.- Vossa Majestade pode dar-me um prova de que é realmente o nosso grande rei? - Ninguém nesta casa sabe que você e seus parentes me consideram o Anjo da Guarda da família.
Se Maligny via o caso de Ermance como doença, o Marquês também tinha suas explicações preconcebidas. Na sua opinião, ela apenas captava as idéias e pensamentos presentes no ambiente. Isso na melhor das hipóteses. Na pior, a jovem estava sendo intérprete do Diabo, pois, como católico, ele não acreditava que os mortos pudessem se comunicar. Uma análise conclusiva deveria ser feita pela Academia de Ciências de Paris.O Sr. Dufaux, no entanto, não levou o caso adiante. Embora também fosse católico, ele preferiu acreditar que sua filha não era doente ou possessa, mas apenas uma intermediária entre os vivos e os mortos. A família foi se acostumando com o fato e a faculdade de Ermance passou a ser vista como uma coisa natural e positiva. Os contatos com São Luís passaram a ser frequentes. Sob seu influxo, ela escreveu a autobiografia póstuma do rei canonizado, intitulada "A história de Luís IX, ditada por ele mesmo". Em 1854, esse texto foi publicado em livro, mas a Censura do Governo de Napoleão III proibiu a sua distribuição. Os censores acharam que algumas passagens podiam ser entendidas como críticas ao Imperador e à Igreja.O posicionamento favorável dos Dufaux ao neo-espiritualismo (spiritualisme) gerou retaliações. Numa confissão, Ermance recusou-se a negar sua crença nos Espíritos, atribuindo suas mensagens a Satanás, e foi proibida de comungar. A Imperatriz também esfriou seu relacionamento com a família. No entanto, o Imperador Napoleão III ficou curioso e pediu para conhecer a Srta. Dufaux.
Ela foi recepcionada no Palácio de Fontainebleau e recebeu uma mensagem de Napoleão Bonaparte para o sobrinho. A mensagem respondia a uma pergunta mental de Luís Napoleão e seu estilo correspondia exatamente ao de Bonaparte. Com o tempo, os Espíritos também começaram a falar por Ermance. Em 1855, com 14 anos, Ermance publica seu segundo livro "spiritualiste" (na época, não existiam os termos espírita, mediunidade, etc). O primeiro a ser distribuído e vendido: "A história de Joana D'Arc, ditada por ela mesma" (Editora Meluu, Paris). Segundo Canuto Abreu, a família Dufaux conheceu Allan Kardec na noite do dia 18 de abril de 1857. O Codificador teria dado uma pequena recepção em seu apartamento e os Dufaux foram levados por Madame Planemaison, grande amiga do professor lionês.
No final da reunião, Ermance recebeu uma belíssima mensagem de São Luís, que, a partir dali, tornaria-se uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos do Mestre. Segundo o ex-rei, Ermance, assim como Kardec, era uma druidesa reencarnada. Os laços entre os dois se estreitaram e ela se tornou a principal médium das reuniões domésticas do Prof. Rivail. No final de 1857, Kardec teve a idéia de publicar um periódico espírita e quis ouvir a opinião dos guias espirituais. Ermance foi a médium escolhida e, através dela, um Espírito deu várias e ótimas orientações ao Mestre de Lion. O órgão ganhou o nome de "Revista Espírita" e foi lançado em Janeiro do ano seguinte.Como o apartamento de Allan Kardec ficou pequeno para o grande número de frequentadores da sua reunião, alguns dos participantes decidiram alugar um local maior.
Para isso, porém, precisavam de uma autorização legal. O Sr. Dufaux encarregou-se de obter o aval das autoridades, conseguindo em quinze dias o que, normalmente, levaria três meses. Conquistada a liberação, o Codificador e seus discípulos fundaram a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Abril de 1858. Ermance foi uma das sócias fundadoras.
Durante o ano de 1858, Ermance recebeu mais duas autobiografias mediúnicas. Desta vez, os autores foram os reis franceses Luís XI e Carlos VIII. O Codificador elogiou o trabalho da Srta. Dufaux (2) e transcreveu trechos das "Confissões de Luís XI" na Revista Espírita(3). Nesse mesmo ano, Kardec divulgou três mensagens psicografadas pela jovem sensitiva (4). Não temos notícia sobre a possível publicação das memórias de Carlos VIII. Canuto Abreu revelou que Rivail a utilizou como médium na revisão da 2ª edição de O Livro dos Espíritos. Em 1859, Ermance não é mais citada como membro da SPEE nas páginas do mensário kardeciano. Isso leva-nos a crer que ela teria saído da Sociedade. Outro indício dessa suposição é que São Luís passou a se comunicar através de outros sensitivos (Sr. Rose, Sr. Collin, Sra. Costel e Srta. Huet). Não há, igualmente, registros da continuidade do seu trabalho em outros grupos.O que teria acontecido com Ermance? Teria casado e deixado a militância, como Ruth Japhet e as meninas Baudin? Teria se desentendido com Kardec? Teria mudado da França? Teria desanimado com o Espiritismo? São perguntas que só ela poderia responder. Seja como for, o Codificador continuou a divulgar seu trabalho. Em 1860, ele noticiou a reedição de "A história de Joana D'Arc ditada por ela mesma", pela Livraria Lendoyen de Paris.
Em 1861, enviou vários exemplares desse livro, junto com suas obras, para o editor francês Maurice Lachâtre, que se encontrava exilado em Barcelona, Espanha. O objetivo era a divulgação do Espiritismo em solo espanhol. Esses volumes acabaram confiscados e queimados em praça pública pela Igreja Católica no famoso Auto-de-fé de Barcelona. "A história de Luís IX ditada por ele mesmo", foi liberada pela Censura e finalmente publicada pela revista La Verité de Paris em 1864. No início de 1997, a editora brasileira Edições LFU traduziu "A história de Joana D'Arc" para o português.


NOTAS: (1) Rei francês, filho de Luís VIII e Branca de Castela, nascido em 1215, coroado em 1226 e morto em 1270. Luís IX teve um reinado bastante conturbado. Até 1236 enfrentou a Revolta dos Vassalos e a Guerra dos Albigenses. Venceu duas batalhas contra os ingleses em 1242. Em 1249, organizou uma Cruzada, foi vencido e aprisionado. Resgatado, ficou na Palestina até 1252, quando voltou à França. Empreendeu mais uma Cruzada e morreu de peste ao desembarcar em Tunis. Foi canonizado pela Igreja em 1297.
(2) Página 30 do Volume 1858, EDICEL.(3) Páginas 73, 148 e 175, ibidem.(4) Páginas 137, 167 e 317, ibidem.


BIBLIOGRAFIA: O LIVRO DOS ESPÍRITOS E SUA TRADIÇÃO HISTÓRICA E LENDÁRIA, Silvino Canuto Abreu, Edições LFU, São Paulo, 1992.- OBRAS PÓSTUMAS, Allan Kardec, FEB, Rio de Janeiro, 1993.- COLEÇÃO DA REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec, EDICEL, São Paulo.

domingo, 22 de junho de 2008

Eusápia Paladino


Eusápia Paladino (Minervino, 31 de março de 1854 - Nápoles, 9 de julho de 1918) foi uma médium italiana. Foi a primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências pelos cientistas da época, tais como César Lombroso, Alexandre Aksakof, Charles Richet e outros.


A sua mãe faleceu quando ela nasceu e o seu pai quando ela alcançou a idade de doze anos.
As primeiras manifestações de sua mediunidade consistiram no movimento e levitação espontâneos de objetos, quando contava apenas quatorze anos de idade, registrados na casa de um amigo, com quem residia.
Aos vinte e três anos de idade, graças a um espírita convicto, o Signor Damiani, conheceu o Espiritismo.
Por volta do ano de 1888 tornou-se conhecida no mundo científico em virtude de uma carta do Prof. Ércole Chiaia enviada ao criminalista César Lombroso, relatando detalhadamente as experiências já realizadas por ele com a médium, carta essa publicada no jornal "Il Fanfulla dela Domênica". Entre outras, o missivista informava:
"A doente é uma mulherzinha de modestíssima condição social, com cerca de trinta anos, robusta, iletrada e cujo passado, porque vulgaríssimo, não merece ser esquadrinhado; que nada apresenta de notável, a não ser as pupilas de fascinante brilho e essa potencialidade, que os criminalistas diriam irresistível."
Em outro trecho da mesma missiva, afirmava:
"Quando quiserdes, essa mulherzinha será capaz de, encerrada numa sala, divertir durante horas, por meio de surpreendentes fenômenos, todo um grupo de curiosos mais ou menos céticos, ou mais ou menos acomodatícios."
Encerrava a missiva convidando o célebre alienista, a investigar, diretamente, os fenômenos por ele constatados na médium.
Três anos mais tarde, em 1891, Lombroso aceitou o convite, realizando, uma série de sessões com a médium. Esses trabalhos foram acompnhados por uma comissão em Milão, integrada pelos professores Schiaparelli, diretor do Observatório de Milão; Gerosa, Catedrático de Física; Ermacora, Doutor em Filosofia, de Munique, e o Prof. Charles Richet, da Universidade de Paris.
Além dessas sessões, muitas outras foram realizadas, com a presença de homens de ciência, não só da Europa, como também da América.
Lombroso, diante da evidência dos fatos, converteu-se ao Espiritismo, tendo declarado: "Estou cheio de confusão e lamento haver combatido, com tanta persistência, a possibilidade dos fatos chamados espíritas."
A conversão de Lombroso deveu-se também ao fato de o Espírito de sua mãe haver-se materializado em uma das sessões realizadas com Eusápia.
Em 1894, Charles Richet também realizou várias sessões experimentais em sua própria residência, obtendo levitações parciais e completas da mesa, além de outros fenômenos de efeitos físicos.
Sir Oliver Lodge, professor de Filosofia Natural do Colégio de Bedford, Catedrático de Física da Universidade de Liverpool, Reitor da Universidade de Birmingham, e que foi, também, por longos anos, presidente da Associação Britânica de Cientistas, após as experiências realizadas com Eusápia, apresentou um relatório à Sociedade de Pesquisas da Inglaterra, dizendo, entre outras coisas:
"...qualquer pessoa, sem invencível preconceito, que tenha tido a mesma experiência, terá chegado à mesma larga conclusão, isto é, que atualmente acontecem coisas consideradas impossíveis... O resultado de minha experiência é convencer-me de que certos fenômenos geralmente considerados anormais, pertencem à ordem natural e, como um corolário disto, que esses fenômenos devem ser investigados e verificados por pessoas e sociedades interessadas no conhecimento da natureza."
Eusápia visitou a América do Norte em 1910. Na cidade de Nova York, Howard Thurston e um assistente controlaram as mãos e os pés da médium em boa luz, durante uma sessão. Após os trabalhos, Howard declarou categóricamente:
"Fui testemunha pessoal das levitações da mesa da senhora Palladino... e estou absolutamente convencido de que os fenômenos que vi não eram devidos à fraude e não foram executados nem por seus pés, nem por seus joelhos ou mãos."
A médium faleceu na pobreza, uma vez que do pouco que possuía tinha o hábito de distribuí-lo com os pobres no exercício da caridade.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Irmãs Fox - Caso Hydesville


A família Fox


Em 11 de dezembro de 1847, a família Fox instalou-se em uma casa modesta na povoação de Hydesville, no estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, distante cerca de trinta quilômetros da cidade de Rochester.
O nome da família Fox origina-se do sobrenome "Voss", depois "Foss" e finalmente "Fox". Eram de origem alemã, por parte paterna; e francesa, holandesa e inglesa, por parte materna.
O grupo compunha-se do chefe da família, Sr. John D. Fox, da esposa Sra. Margareth Fox e de mais duas filhas: Kate, com 11 e Margareth, com 14 anos de idade. O casal possuía mais filhos e filhas. Entre estas, Leah, mais velha, que morava em Rochester, onde lecionava música. Devido aos seus casamentos, foi sucessivamente conhecida como Sra. Fish, Sra. Brown e Sra. Underhill. Leah escreveria um livro, "The Missing Link" (New York, 1885), no qual faz referência às supostas faculdades paranormais de seus ancestrais.
Inicialmente, apenas Margareth e Kate tomaram parte nos acontecimentos. Posteriormente, Leah juntou-se a elas e teve participação ativa nos episódios subseqüentes ao de Hydesville.


A casa de Hydesville antes dos Fox


Lucretia Pulver era uma jovem que servira como dama de companhia do casal Bell, quando eles tinham habitado a casa em Hydesville até 1846. Ela contou a curiosa história de um mascate que se hospedara com os Bell, referindo que, na noite que esse vendedor passaria com aquele casal, ela foi mandada dormir na casa dos pais. Três dias depois, tornaram a procurá-la, dizendo-lhe que o mascate fora embora. Ela nunca mais viu esse homem.
Depois disso, passado algum tempo, aproximadamente em 1844, começaram a registrarem-se fenômenos estranhos naquela casa. A mãe de Lucretia, Sra. Ann Pulver, que mantinha relações com a família Bell, relata que, naquele ano, certa vez quando visitara a Sra. Bell, indo fazer tricô em sua companhia, ouvira desta uma queixa. A Sra. Bell dissera-lhe que se sentia muito mal e quase não havia dormido à noite. Quando indagada sobre a causa, a Sra. Bell havia declarado que se tratava de rumores inexplicáveis; parecera-lhe ter ouvido alguém a andar de um quarto para outro; tinha acordado o marido e o feito levantar-se e trancar as janelas. A princípio, tentou afirmar à Sra. Pulver que possivelmente se tratasse de ratos. Posteriormente, confessara não saber qual a razão de tais rumores, para ela inexplicáveis.
A jovem Lucretia também testemunhou os fenômenos insólitos observados naquela casa, e os Bell terminaram por mudar-se dali.
Em 1846, instalou-se na casa a família Weekman, composta pelo Sr. Michael Weekman, a Sra. Hannah Weekman e suas filhas. Alguns dias após a mudança, passaram a ser perturbados por ruídos insólitos: batidas na porta da entrada, sem que ninguém visível o estivesse fazendo e passos de alguém andando na adega ou dentro de casa.
A família Weekman também não permaneceu muito tempo naquela casa, vindo a deixá-la em fins de 1847.
Assim, a 11 de dezembro de 1847, a referida casa passou a ser ocupada pela família Fox.


A noite das primeiras transcomunicações


Inicialmente os Fox não sofreram nenhum incômodo em sua nova residência. Entretanto, algum tempo depois, mais precisamente nos dois primeiros meses de 1848, os mesmos ruídos insólitos que perturbaram os antigos inquilinos voltaram a manifestar-se. Eram batidas leves, sons semelhantes a arranhões nas paredes, assoalhos e móveis, os quais poderiam perfeitamente ser confundidos com rumores naturais produzidos por vento, estalos do madeiramento, ratos, etc. Por isso, tão somente, a família Fox não deveria ter-se sentido molestada ou alarmada. Entretanto, tais ruídos cresceram de intensidade, a partir de meados de março de 1848. Batidas mais nítidas e sons de arrastar de móveis começaram a se fazer ouvir, pondo as meninas em sobressalto, ao ponto de se negarem a dormir sozinhas no seu quarto e passarem a querer dormir no quarto dos pais. A princípio, os habitantes da casa, ainda incrédulos quanto à possível origem sobrenatural dos ruídos, levantavam-se e procuravam localizar causas naturais para os mesmos.
Na noite de 31 de março de 1848, desencadeou-se uma série de sons muito fortes e continuados. A partir disto ocorreu o que é considerado como um marco na história da fenomenologia paranormal. A menina de sete anos de idade - Kate Fox - desafiou a "força invisível" a repetir, com os golpes, as palmas que ela batia com as mãos! Segundo os relatos, a resposta teria sido imediata: a cada estalo, um golpe era ouvido logo a seguir! O que os fizeram concluir que a causa dos sons seria uma inteligência incorpórea. A seguir transcreve-se alguns trechos do depoimento da Sra. Margareth Fox:
"Na noite de sexta-feira, 31 de março de 1848, resolvemos ir para a cama um pouco mais cedo e não nos deixamos perturbar pelos barulhos; íamos ter uma noite de repouso. Meu marido, que aqui estava em todas as ocasiões, ouviu os ruídos e ajudou a pesquisar. Naquela noite fomos cedo para a cama - apenas escurecera. Achava-me tão alquebrada e com falta de repouso que quase me sentia doente. Meu marido não tinha ido para a cama quando ouvimos o primeiro ruído naquela noite. Eu apenas me havia deitado. A coisa começou como de costume. Eu a distinguia de qualquer outro ruído jamais ouvido. As meninas, que dormiam em outra cama no quarto, ouviram as batidas e procuraram fazer ruídos semelhantes, estalando os dedos. Minha filha menor, Kate, disse, batendo palmas: 'Senhor Pé Rachado, faça o que eu faço.' Imediatamente seguiu-se o som, com o mesmo número de palmadas. Quando ela parou, o som logo parou. Então Margareth disse, brincando: 'Agora faça exatamente como eu. Conte um, dois, três, quatro' e bateu palmas. Então os ruídos se produziram como antes. Ela teve medo de repetir o ensaio. Então Kate disse, na simplicidade infantil: 'Oh! Mamãe! Eu já sei o que é: amanhã é 1 de abril e alguém quer nos pregar uma mentira.'
"Então pensei em fazer um teste que ninguém seria capaz de responder. Pedi que fossem indicadas as idades de meus filhos, sucessivamente. Instantaneamente foi dada a exata idade de cada um, fazendo pausa de um para outro, a fim de separar, até o sétimo, depois do que se fez uma pausa maior e três batidas mais fortes foram dadas, correspondendo à idade do menor, que havia morrido.
"Então perguntei: É um ser humano que me responde tão corretamente? Não houve resposta. Perguntei: É um espírito? Se for, dê duas batidas. Duas batidas foram ouvidas assim que fiz o pedido. Então eu disse: Se for um espírito, produzindo um tremor na casa. Perguntei: Foi assassinado nesta casa? A resposta foi como a precedente. A pessoa que o assassinou ainda vive? Resposta idêntica, por duas batidas. Pelo mesmo processo verifiquei que fora um homem, que o assassinaram nesta casa e os seus despojos enterrados na adega; que a família era constituída de esposa e cinco filhos, dois rapazes e três meninas, todos vivos ao tempo de sua morte, mas que depois a esposa morrera. Então perguntei: Continuará a bater se chamarmos os vizinhos para que também escutem? A resposta afirmativa foi alta."
"Desse modo, foram chamados vários vizinhos, os quais, por sua vez, convocaram outros, de maneira que, mais tarde e nos dias subseqüentes, o número de curiosos era enorme. Naquela noite compareceram o Sr. Redfield, o Sr. e a Sra. Duesler e os casais Hyde e Jewell."
"Mr. Duesler fez muitas perguntas e obteve as respostas. Em seguida indiquei vários vizinhos nos quais pude pensar, e perguntei se havia sido morto por algum deles, mas não obtive resposta. Após isso, Mr. Duesler fez perguntas e obteve as respostas. Perguntou: Foi assassinado? Resposta afirmativa. Seu assassino pode ser levado ao tribunal? Nenhuma resposta. Pode ser punido pela lei? Nenhuma resposta. A seguir disse: Se seu assassino não pode ser punido pela lei, dê sinais. As batidas foram ouvidas claramente. Pelo mesmo processo Mr. Duesler verificou que ele tinha sido assassinado no quarto do leste, há cinco anos passados, e que o assassínio fora cometido à meia noite de um terça-feira, por Mr......; que fora morto com um golpe de faca de açougueiro na garganta; que o corpo havia sido enterrado; tinha passado pela despensa, descido a escada e [sido] enterrado a dez pés abaixo do solo. Também foi constatado que o móvel fora dinheiro."
"Qual a quantia: cem dólares? Nenhuma resposta. Duzentos? Trezentos? etc. Quando mencionou quinhentos dólares as batidas confirmaram."
"Foram chamados muitos dos vizinhos que estavam pescando no ribeirão. Estes ouviram as mesma perguntas e respostas. Alguns permaneceram em casa naquela noite. Eu e as meninas saímos. Meu marido ficou toda a noite com Mr. Redfield. No sábado seguinte a casa ficou superlotada. Durante o dia não se ouviram os sons, mas ao anoitecer recomeçaram. Diziam que mais de trezentas pessoas achavam-se presentes. No domingo os ruídos foram ouvidos o dia inteiro por todos quantos se achavam em casa."


As escavações na Adega


Através de combinação alfabética com as pancadas produzidas, as irmãs Fox teriam obtido a identidade daquele que supostamente produzia os sons. Tratava-se de um mascate de nome Charles B. Rosma, o qual tinha trinta e um anos quando, há quatro anos passados, teria sido assassinado naquela casa e enterrado na adega. O assassino fora um antigo inquilino. O que, pela data, os fizeram deduzir que o crime poderia ter sido cometido pelo Sr. Bell. Os mais interessados em esclarecer o caso resolveram escavar a adega, visando encontrar os despojos do suposto assassinado.
As escavações, porém, não levaram a resultados definitivos, pois deram n'água, sem que se tivessem encontrado quaisquer indícios. Por essa razão foram suspensas.
No Verão de 1848, o próprio Sr. David Fox, auxiliado por alguns interessados, retomou o empreendimento. A uma profundidade de um metro e meio, encontraram uma tábua. Aprofundada a cova, encontraram restos de carvão, cal, cabelos e alguns fragmentos de ossos que foram reconhecidos por um médico como pertencentes a um esqueleto humano; mais nada.
As provas do crime eram precárias e insuficientes, razão talvez pela qual o Sr. Bell não foi denunciado.


A descoberta do esqueleto


Na edição de 23 de novembro de 1904, do Boston Journal, foi notificada a descoberta do esqueleto de um homem cujo espírito se supunha ter ocasionado os fenômenos na casa da família Fox em 1848. Alguns meninos de uma escola achavam-se brincado na adega da casa onde residiram os Fox, casa que tinha a fama de ser mal-assombrada. Em meio aos escombros de uma parede - talvez falsa - que existira na adega, os garotos encontraram as peças de um esqueleto humano.
Junto ao esqueleto foi achada um lata de um produto costumeiro usado por mascates. Esta lata encontra-se agora em Lily Dale, na sede central regional dos Espiritualistas Americanos, para onde foi transportada da velha casa de Hydesville.


O movimento espiritualista espalha-se


As duas meninas, Margareth e Kate, foram afastadas de sua casa, pois se suspeitava que os fenômenos fossem ligados sobretudo à sua presença. Margareth passou a morar com o seu irmão David Fox. Kate mudou-se para Rochester, onde ficou em casa de sua irmã Leah, então casada e agora Sra. Fish. Entretanto, os ruídos insistiam em acompanhar as irmãs Fox; onde quer que elas se encontrassem, registravam-se os fenômenos. Agora se observava mesmo uma espécie de contágio, pois, Leah Fish, a irmã mais velha, passou a apresentar também os mesmos fenômenos. Em pouco tempo, começaram a ser observados no seio de outras famílias:
"Era como uma nuvem psíquica, descendo do alto e se mostrando nas pessoas suscetíveis. Sons idênticos foram ouvidos em casa do Reverendo A. H. Jervis, ministro metodista residente em Rochester. Poderosos fenômenos físicos irromperam na família do Diácono Hale, de Greece, cidade vizinha de Rochester. Pouco depois a Sra. Sarah A. Tamlin e a Sra. Benedict de Auburn, desenvolveram notável mediunidade (...)."
O movimento espalhar-se-ia, mais tarde, pelo mundo, conforme fora afirmado em uma das primeiras comunicações através das irmãs Fox. As próprias forças invisíveis insistiram para que se fizessem reuniões públicas onde elas pudessem manifestar-se ostensivamente.


Repercussão entre intelectuais


A partir do episódio das irmãs Fox, a Transcomunicação passou atrair a atenção de um pequeno grupo de cientistas no Ocidente. Inicialmente, tais investigadores achavam-se, em sua maioria, imbuídos de forte cepticismo acerca dos fenômenos paranormais que passaram a ganhar popularidade inusitada na Europa. Desde o início, as pesquisas conduziram à formação de três correntes, conforme as opiniões dos pesquisadores acerca da natureza dos referidos fenômenos.
O primeiro grupo consistiu nos que viram nesses fatos uma confirmação de suas crenças na sobrevivência, na comunicabilidade e progresso dos Espíritos. A natureza do Homem, para eles, era dual, e continha um componente espiritual além do material. Desta interpretação, surgiu um aspecto religioso como decorrência imediata do reconhecimento da natureza espiritual da criatura humana. O Espiritualismo, na Inglaterra, e o Espiritismo, na França, são exemplos dessa interpretação, embora ambos reivindiquem, também, para as suas doutrinas, aspectos filosóficos e científicos.
Um segundo grupo constituiu-se, em sua maioria, por cidadãos de acentuado interesse científico. Alguns já eram cientistas profissionais, professores e investigadores em diversas áreas de conhecimento teórico e prático. Outros, com títulos e formação superior, embora não especialistas em disciplinas científicas, sentiram-se também interessados em investigar de maneira racional os referidos fatos, denominados, na época, como "fenômenos psíquicos". Dai a designação usual desta atividade: "Psychical Research" (Pesquisa Psíquica). Na França, Charles Richet deu-lhe outro nome: "Metapsíquica". Neste segundo grupo, figuravam, indistintamente, os espiritualistas, os indiferentes e os materialistas. Apenas os seguintes objetivos pareciam movê-los: confirmar ou negar os propalados fenômenos e, no caso afirmativo, descobrir a sua real causa eficiente.
Finalmente, um terceiro grupo, compreendendo a maioria dos interessados, colocou-se em franco antagonismo relativamente aos dois primeiros. Compunha-se de cientistas, intelectuais em geral, jornalistas e pessoas comuns. Alguns eram fiéis ou chefes de religiões instituídas. Grande número desses cidadãos, especialmente os intelectuais, achava-se impregnado de filosofias materialistas e haviam absorvido as idéias positivistas. Revelaram-se profundamente cépticos e procuraram liquidar com a crença nos aludidos fenômenos. Para eles, os fenômenos paranormais eram manifestações de superstição, ilusões e fraudes, ou alienação mental. Para alguns religiosos, poderiam ser armadilhas do "demônio", ou tentativas de indivíduos mal intencionados que visavam abalar as bases das religiões tradicionais. Outros chegavam a acreditar que se tratava da revivescência da Magia e do Ocultismo, numa tentativa de domínio de opinião pública.


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quarta-feira, 18 de junho de 2008

Casimiro Cunha


Poeta fluminense, nascido em Vassouras - cidade serrana do Estado do Rio de Janeiro - a 14 de abril de 1880.
Procedente de lar muito pobre, filho de Casimiro Augusto da Cunha e Maria dos Santos Cunha, teve uma única irmã, Leonor. Órfão de pai aos 7 anos, freqüentou apenas o curso primário. Espírita convicto, torna-se cego de um olho aos 14 anos após acidente, vindo a perder completamente a outra visão aos 16 anos. Ainda jovem iniciou sua colaboração na imprensa vassourense. Foi um dos fundadores do Centro Espírita “Bezerra de Menezes” em Vassouras.
Aos 29 anos, em 04 de dezembro de 1909, casou-se com Carlota Mattoso Cunha, companheira dedicada e carinhosa, que muito o auxiliou nos afazeres literários, passando para o papel as poesias ditadas pelo poeta. Tiveram dois filhos: Dalpes e Delba, nomes dados em referencia à ilha de Elba e aos montes Alpes. O filho desencarnou ainda criança; a filha casou-se, residindo na capital fluminense, tendo desencarnado em junho de 1993.
Espírito jovial, exemplo de resignação e grande força moral, apesar da cegueira e dos parcos estudos, Casimiro Cunha era um poeta nato, tendo produzido mais de 10 livros, dentre eles “ Violetas ”, “ Efêmeros ”, “ Aves Implumes ”, “ Singelos ”, “ Perispíritos ” (1912), além do livro póstumo “ Álbum de Delba ” (1923). No entanto, não teve maior projeção no cenáculo literário do seu tempo, mau grado a suavidade da sua musa e os inatos talentos literários.
Merece registro a profunda amizade existente entre Casimiro Cunha e Batuíra, que ajudava o amigo vassourense, divulgando suas poesias nas colunas da revista espírita “ Verdade e Luz ” fundada por Batuíra em 25 de maio de 1890, na capital paulista. A convite de Casimiro, Batuíra esteve algumas vezes em Vassouras para divulgar a doutrina espírita naquela região.
É de Casimiro Cunha a poesia “ Vassouras à tardinha ” (publicada no livro “ Fatos Vassourenses ” de Jorge Pinto e no livro “ Paisagens Fluminenses ” de Jacy Pacheco) e o soneto “ No Exílio ” do livro “ Sonetos Brasileiros ” de Laudelino Freire.
Numa casa singela da Rua Caetano Furquin, n o 288 em Vassouras, encontramos uma lembrança de amigos, conterrâneos e admiradores, com os seguintes dizeres: “Aqui nasceu e morreu Casimiro Cunha, mavioso poeta vassourense que muito cantou, amou e honrou sua terra natal”.
Forte no infortúnio, que sabia aproveitar no enobrecimento de sua fé, Casimiro Cunha, voltou-se às paragens celestiais e adotou a linguagem dos anjos para se comunicar com os homens. Sua poesia é bela, terna, envolta em névoa de tristeza, uma exaltação à morte, evidenciando, contudo, a resignação do espírito que buscava sublimar todo o sofrimento que lhe ia na alma.
Lembramos aqui as palavras do amigo e companheiro de ideal, poeta e jornalista valenciano, radicado em Vassouras, Manoel Quintão, que soube definir como poucos a grandeza espiritual de Casimiro Cunha, no prefácio do livro “ Singelos ”, publicado em 1904:
“Livro de um cego que fechou os olhos às misérias da Terra, para melhor escrever as belezas do Céu”.
Casimiro Cunha desencarnou aos 34 anos em 7 de novembro de 1914 deixando vasta e preciosa obra literária. Foi sepultado no Cemitério Municipal de Vassouras, imortalizado com o seguinte epitáfio:
“O poeta vassourense Casimiro Cunha e seu filho Dalpes”.
Desencarnado, continuou a brindar-nos com seus versos, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier com “ Cartilha da Natureza ”, “ Cartas do Evangelho ”, “ Gotas de Luz ”, “ Juca Lambisca ” e participação em inúmeras antologias.
Hoje, Casimiro Cunha é o inspirador da Divulgação Braille Casimiro Cunha, departamento do GEEM - Grupo Espírita Emmanuel de São Bernardo do Campo, cujo objetivo é a divulgação da Doutrina Espírita para os deficientes visuais.
Bibliografia
• “Parnaso de Além-túmulo” – 16ª edição – FEB pág.194-210.
• “Batuíra, o Diabo e a Igreja” - ©2003, Madras Editora Ltda – pág 85-90.
• Galeria Vassourense Rudy Mattos da Silva. Vassouras, HTI Editora, 1999 – p48.
• Academia Vassourense de Letras – pág 64-75
Entrevista pessoal e carta recebida pelo Sr. Fernando Matoso Bittencourt, sobrinho de Carlota Cunha. Vassouras, 2005.

domingo, 15 de junho de 2008

Uma breve historia do programa




No dia 04 de novembro de 2007 as 08:00 horas da manhã na Radio Interativa FM (98,7), em Vassouras - RJ, começava o Programa "Seguindo o Mestre", primeiro programa Espírita a ser transmitido por uma radio em Vassouras - RJ. Com o apoio do Centro Espírita Vicente de paulo (Mendes - RJ), Centro Espírita Jesus Maria José (Vassouras - RJ), Grupo Espírita Allan Kardec (Vassouras - RJ) e Grupo Espírita fraternidade Franscisco de Assis (Vassouras - RJ).




O Programa "Seguindo o Mestre", primeiramente começou a ser transmitido na Radio Serra azul em Mendes - RJ com apresentação de Paulo Roberto Villar Soares (também presidente do Centro Espírita Vicente de Paulo da mesma cidade) com a duração de mais ou menos 45 minutos. Com o apoio de Paulo e dos diretores da Radio Interativa, Allan e Alexandre, conseguimos trazer o Programa "Seguindo o Mestre" para a cidade de Vassouras - RJ. Como já foi falado acima o programa original tem 45 minutos aproximadamente, sendo somente transmitida as palestras apresentadas pelo Paulo. Nossa idéia era de fazer algo maior, de ter música, mensagens e palestras (estas sendo fornecidas pelo Paulo). Hoje nosso programa tem 2 horas de duração sendo transmitida também o programa Brasil Espírita da FEB (Federação Espírita Brasileira), radio novelas (baseadas nos livros do Chico Xavier - Nosso lar, Há 2000 anos... e outras), além de músicas e mensagens espíritas.




Programa "Seguindo o Mestre" todos os domingos de 08:00 as 10:00 da manhã na Radio Interativa FM 98,7 e no site: www.interativarj.com.br.

sábado, 14 de junho de 2008

Esse é o blog oficial do programa de radio "Seguindo o Mestre". O programa "Seguindo o Mestre" é um programa Espírita e vai ao ar todos os domingos de 08:00 às 10:00 horas da manhã, na Radio Interativa FM 98,7 e também no site www.interativarj.com.br. Em nossa proxima postagem contaremos como surgiu o programa. Até a proxima e fiquem com Deus.